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Uma Ilha para chamar de minha

  • Foto do escritor: Jeane Nery
    Jeane Nery
  • 23 de mar. de 2020
  • 5 min de leitura

Patrimônio Mundial da UNESCO, Ilha Grande em Angra dos Reis-RJ encanta brasileiros e estrangeiros com sua natureza bem preservada, belas praias e clima rústico.



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Da manicure para a Ilha

Quem diria que uma ida à manicure me levaria a conhecer Ilha Grande. A princípio as férias de janeiro com uma amiga seriam no Nordeste, mas algo me dizia que não era lá nosso destino. Compartilhei com outra cliente do salão que frequento que pretendia ir para o Rio Grande do Norte, mas não estava tão certa se lá era o lugar, embora conhecesse o Nordeste e soubesse que é maravilhoso, queria algo diferente.

Foi quando ela me mostrou as fotos de sua viagem para Ilha Grande, que confesso, nunca tinha ouvido falar (me desculpe a ignorância) e vendo aquela cor de água e uma vibe muito boa dela e dos amigos naquelas imagens, não tive dúvidas, sabia que lá era o lugar perfeito para minhas férias de verão.

Planejamento em cima da hora


Como os planos mudaram, o planejamento foi em cima da hora, lá para o final de novembro, eu e minha amiga nos organizamos para 5 dias de viagem na segunda quinzena de janeiro/2020. Quando estamos falando de alta temporada de verão, é necessária antecedência para conseguir bons preços de voos e mais opções de pousadas, mas conseguimos fazer nosso melhor na medida do possível.


Como não gosto de dirigir por muito tempo, eu e minha amiga decidimos pegar um voo até o Rio, comprado com milhas pela Latam, e de lá contratamos a Transfer Ilha Grande para nos buscar no aeroporto e fazer a travessia do continente até a Ilha.


As embarcações que fazem a travessia saem de Angra dos Reis, Mangaratiba e Conceição do Jacareí, portanto, saindo de SP pode-se chegar há um desses 3 pontos de carro, ônibus ou indo de avião até o Rio de Janeiro e de lá usar um serviço de transfer, como eu e minha amiga fizemos. Nossa travessia foi feita a partir de Conceição, que é a cidade que tem a maior oferta de barcos rápidos para a Ilha. A chegada é no cais da Vila Abraão, principal parte da Ilha, na qual encontram-se a maioria das hospedagens e comércios.


ATENÇÃO: pesquise no site www.ilhagrande.com.br os horários e tempo de travessia das embarcações. Você pode levar de 20 minutos a 1 hora e 30 minutos, dependendo da sua opção.


Quanto a hospedagem, fiz uma busca intensa pelo booking.com até encontrar a Pousada Albatroz, que foi uma grata surpresa. Ela não fica perto do cais, mas está há poucos minutos do centrinho da cidade em um lugar mais alto, o que nos dá uma sensação de estar mais perto da natureza e praticamente sem barulhos. Café da manhã excelente, com tudo muito natural e preparado por eles. Quartos simples, mas sempre limpos e com ar condicionado (só faltaram tomadas...). A diária para a alta temporada era de 360 reais para duas pessoas, já incluindo o café da manhã e a possibilidade de tomar um banho após o check-out.

Caminhando e navegando e seguindo a canção...


Pois é, nada de carro ou moto para se locomover pela Ilha, somente andando ou usando embarcações. É meio estranho no começo você andar pelas ruas, ficar olhando antes de atravessar e depois se tocar que não há veículos circulando. Isso é muito bom para a preservação da Ilha, sem contar a paz que nos traz não ficar ouvindo buzinas e barulho de carros a todo o momento.


Para tanto, se você quiser conhecer outras praias além da Vila Abraão (que inclusive não é recomendada para banho), você pode fazer algumas trilhas a pé para Praia Preta, Abraãzinho, Crena, Julia, entre outras e também é super válido contratar um pacote de passeios para praias mais longes e outras ilhas da região. Eu escolhi a Mariana Turismo e gostei muito dos dois passeios que fiz com eles (Ilhas Paradisíacas e Lopes Mendes). E teríamos mais um passeio que é o Volta a Ilha, mas infelizmente, devido às chuvas de verão o barco não teria como fazer o passeio (#ficaadica melhor época para ir à Ilha é no outono, segundo os locais).


Há também a opção de pequenas embarcações chamadas Táxi Boat que fazem alguns trajetos para praias da Ilha e me parece ser o ideal quando não se quer fazer o percurso a pé.


Mas, e para levar as malas do cais até a hospedagem? Se você não tiver perto do ponto de desembarque, você pode contratar um dos carreteiros que cobram um valor para levar suas malas em um carrinho que eles puxam (mas são só as malas, eles não levam as pessoas, viu?) ou você mesmo pode tentar levar, lembrando que as ruas têm muita areia. Eu e minha amiga estávamos de mala de rodinha, logo, tivemos um pouco de dificuldade, mas deu certo.

Do rústico a ostentação: uma ilha que encanta

Para quem visita Ilha Grande é importante saber que não há muito glamour e que seu charme é a “rusticidade”, se é que assim posso falar. Afinal de contas, Ilha Grande mal tem ruas asfaltadas, é literalmente pé na areia e as hospedagens no geral são bem simples.

Talvez a ostentação esteja em uma certa exclusividade de estar em uma Ilha. Vez ou outra vemos nela e em outras ilhas menores algumas casas mais afastadas que parecem pertencer aos endinheirados. Para os mais abastados também há a possibilidade de fechar um iate particular para passeios.

Ainda falando sobre estrutura, Ilha Grande possui alguns poucos mercadinhos na Vila Abraão, várias lojinhas de lembrancinhas e roupas e várias opções de restaurantes e barzinhos. Nos mercados é perceptível que os valores são meio que tabelados e não são baratos, afinal é uma ilha que depende de muitas coisas que vem do continente. Os restaurantes, pelo menos na alta temporada, não têm valores dos mais acessíveis, mas procurando aqui e acolá, certamente vai achar um PF ou pizza por um valor ok.

Os pagamentos podem ser feitos tranquilamente por meio de cartão, pelo menos todos os locais que fui aceitavam. Mas sempre é bom levar dinheiro em espécie, já que a ilha não possui caixas eletrônicos.

Mas esse jeito de ser de Ilha Grande é o que parece dar graça ao local, além da beleza natural que mescla praias, montanhas, árvores e cachoeiras. Para quem está acostumado a praias no continente, pode ter certeza que é uma experiência totalmente diferente ir à praia em uma Ilha. E o que achei interessante é que além dos “praieiros” encontramos a galera do trekking, devido as diversas trilhas que a Ilha oferece, e nesse caso não estou falando das trilhas que nós pobres mortais fazemos até às praias, mas sim trilhas mais intensas que podem levar o dia todo.

Ainda tento descobrir o que mais me encantou, a ponto de chama-la de minha ilha. Não é só a beleza natural, as pessoas simpáticas, o constante clima de segurança, mas de fato parece que aquele lugar foi especialmente abençoado com algo muito bom. Tanto é que encontramos vários gringos que decidiram morar por lá, fora outros tantos turistando.


Fiquei realmente muito triste quando fui embora e, não fosse a epidemia do Corona, em maio estaria por lá novamente.

Ilha Grande foi em 2020 o meu primeiro passo em busca de uma conexão com os destinos brasileiros, me fez enxergar que tem muita coisa boa por aqui que temos que procurar e estar abertos a conhecer, pois fazendo isso certamente seremos surpreendidos. De um lugar que eu nem fazia a ideia da existência para um destino que recomendo, quero voltar e já está ali no topo de destinos de verão.

Espero que você tenha a oportunidade de conhecer essa Ilha e fique à vontade para fazer suas perguntas para mim!

Té mais!






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